Primeiras impressões: Somos Ninguém - Cindy Dalila

Olá leitores!

Hoje trago para você as primeiras impressões desse livro que já chama atenção pela capa simples e ao mesmo tempo carregada de emoções conflitantes.

Pendragon /Skoob

Em uma sociedade imersa em interesses, guiada pela pressa e intolerância, algumas pessoas são afetadas pela pressão psicológica... Talvez muito mais do que deveriam.
São quatorze contos de quatorze personagens diferentes, cada um comandando a história de sua vida, sempre com muitas reviravoltas. Consigo eles trazem inseguranças, tristezas, raivas e traumas.
Não são contos leves, já que a maioria trata sobre problemas psicológicos. Também não é um livro do ponto de vista do profissional da área de saúde mental, mas sim do ponto de vista de cada personagem que está sofrendo na pele toda a angústia.

Para os amigos que ainda não sabem, o blog está fazendo parte do projeto primeiras impressões da Editora PenDragon, recebemos os primeiros capítulos de todos os livros publicados e em seguida lemos e escrevemos nossas reações. Particularmente estou gostando muito, estou conhecendo ainda mais o trabalho dessa incrível editora como também dos autores - MEU DEUS parece que a editora escolhe a dedo, são autores maravilhosos!

Como já descreve a sinopse, Somos Ninguém é composto por 14 contos, no primeiro conto conhecemos Diana que na infância já demostrava sinais de uma falsa timidez, ela preferia sua solidão do que conviver com crianças da sua idade, sua família tentou várias vezes introduzir na sua rotina solitária contato com crianças da vizinhança o que não sortiu efeito, até que em um manhã ela acaba conhecendo Catarina; uma garota um pouco mais velha e que já mostrava sinais de está a frente da sua idade. Catarina já tinha consciência do que era ser "Mulher" e aos poucos influenciou Diana.

Com o tempo a amizade entre elas definha e as duas tomam caminhos diferentes: enquanto Catarina seguiu para a faculdade, Diana continuava com sua vida sem perspectiva, sem sonhos, apática, alheia a tudo e a todos. É assustador como ela mergulha na depressão e não faz um esforço sequer para mudar sua situação. Diana é como um zumbi: sem vontades, sem sentimentos, apenas um enorme vazio. 

Demorei um pouco para entender o conto (principalmente a primeira página), porém logo vi que não deveria me obrigar a entender, já que sentimentos devem serem sentidos, nesse caso, sentir o vazio que a personagem tinha dentro de si. É um conto que descreve o comportamento de uma pessoa apática, ou seja, Diana sofria de uma condição psicológica designada por um estado emocional de indiferença por algo ou alguém.

É um conto que ao meu ver é perfeito para se fazer uma reflexão, infelizmente ainda hoje a sociedade discrimina pessoas com problemas psicológicos e muitos cometem suicídio justamente por falta de empatia da própria sociedade, como se a dor que eles sentem não fosse o bastante e ainda tem que  suportar julgamentos.

O único ponto negativo é que a autora foi muito rápida, inicialmente Diana ainda é uma criança e rapidamente ela se torna um mulher adulta, alguns trechos poderiam ter sido mais explorados. Mas entendo que conto não é romance - eu só queria ter ficado um pouco mais com Diana!

Fiquei muito curiosa para saber sobre os outros personagens, é um livro com uma aura bem negativa, o que é necessário já que vai abordar assuntos que em pleno século XXI a sociedade ainda evita de falar.

Cindy Dalila é uma escritora que gosta de descobrir ecompreender cada sensação e pensamento que
percorre na mente do ser humano. Nasceu em
Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, é formada em
Biblioteconomia pela USP e desde criança é apaixonada por terror,
tanto em livros quanto em filmes e séries. Criava histórias
imaginárias em sua cabeça que poderiam muito bem ser reais, e por isso, começou a desenvolver contos.
Passou um grande período sem escrever, até que no final de
2016 encontrou novamente a determinação que fez com que voltasse a preencher as linhas de muitas páginas que estavam em branco. Desde então, encontrou na escrita a combinação perfeita: arte como forma de terapia.