Editora de verdade não cobra! Será?



Essa é uma questão que gera muita dúvida no meio literário. Vez ou outra, esse assunto vira polêmica em várias redes sociais. E, muitas vezes, essas polêmicas não informam o que realmente deveria ser informado.

Então, pra começar: o que é uma editora tradicional?
A editora tradicional é o modelo mais conhecido (e sonhado) por muitos autores.

Nesse formato:

  • A editora escolhe o livro com base em critérios editoriais e comerciais.
  • Ela investe na obra: edição, revisão, capa, diagramação, ISBN, impressão, distribuição e divulgação.
  • O autor não paga nada para ser publicado.
  • Em troca, recebe direitos autorais, geralmente entre 8% a 12% do valor de capa por exemplar vendido (essa porcentagem pode variar de editora para editora).

O que você precisa saber sobre essa modalidade é que a editora investe no seu livro como produto e assume o risco financeiro da publicação.


Agora vamos pra polêmica:

E quando a editora cobra? É golpe?

Infelizmente, a verdade é que não dá pra confiar em todo mundo, ok? Golpes existem em qualquer mercado. Mas é importante entender que existem outros modelos legítimos de publicação, e que o fato de uma empresa cobrar não significa automaticamente que seja golpe. O ponto central é a transparência.


No mercado, temos por exemplo:


  •  Editoras híbridas

Elas misturam características do modelo tradicional e da autopublicação.

O autor paga parte ou todo o custo da publicação, e em troca recebe serviços editoriais profissionais (como revisão, capa, diagramação, etc.).

Geralmente, o contrato é mais flexível, o autor tem mais controle criativo e recebe uma porcentagem maior nas vendas.


  • Prestadoras de serviços editoriais

Essas não são, tecnicamente, “editoras”.

O autor contrata serviços específicos, como se estivesse montando sua própria equipe.

Paga apenas pelo que escolher: preparação, revisão, projeto gráfico, etc.

Algumas oferecem impressão sob demanda e disponibilizam o livro em plataformas de venda.


Então… onde está o problema?


O problema está na falta de transparência.

Algumas empresas se apresentam como editoras tradicionais e usam frases como:

"Você foi selecionado(a)", "Seu livro passou na curadoria", "Convite exclusivo", "Apoiamos novos talentos da literatura"…

Mas logo depois aparecem taxas altas, ou escondem esses valores até o contrato ser assinado.

Resultado? O autor acha que foi descoberto por mérito, mas está na verdade está contratando um serviço como qualquer outro e muitas vezes só percebe isso depois do prejuízo.

É importante compreender que o problema não é cobrar. É mascarar a cobrança. Esconder. Enganar.


Como se proteger?

Se você recebeu uma proposta de publicação e não sabe se é mesmo uma editora tradicional, pergunte diretamente:

  • Há algum custo para o autor?

Se a resposta for vaga ou enrolada, acenda o alerta.

  • Leia o contrato com calma.

Se tiver dúvidas, pergunte. Se continuar com dúvidas, diga que vai levar pra um advogado analisar.

Não tenha vergonha de dizer que vai pensar com calma antes de assinar.

  • Pesquise o histórico da editora
  • Vá no site do Reclame Aqui. (Essa plataforma ajuda muito, porque ali você vê como a empresa se comporta, casos reais de clientes e, principalmente, como ela reage diante de problemas.)
  • Veja o perfil no Instagram.
  • Procure autores que já publicaram com ela e pergunte como foi a experiência.

Investigue! Pesquise!

E guarde isso:


Sim, editoras tradicionais não devem cobrar.

Sim, existem empresas sérias que cobram e deixam isso claro desde o início.

Não, nem toda cobrança é golpe, mas toda desonestidade é.

É importante ter cuidado ao dizer que tudo que não é tradicional é errado ou golpe. Na verdade, existem empresas sérias, que trabalham com ética e realmente ajudam autores a realizarem seus sonhos.


O importante é informação e escolha consciente.


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