Resenha: Anne de Green Gables - Lucy Maud Montgomery

Sinopse: Anne é uma órfã que foi enviada por engano à fazenda de Green Gables, já que os irmãos Marilla e Matthew tinham a intenção de adotar um menino. Com pena da garota, resolveram mantê-la na fazenda. Com seus longos cabelos ruivos, olhos acinzentados e uma imaginação que lhe permitia viver fantasias, Anne traz reflexões e pensamentos pertinentes sobre os obstáculos e as escolhas da vida de qualquer pré-adolescente.

Páginas: 336
Editora: Ciranda Cultural.
Classificação:


Apesar de o livro ter sido publicado em 1908, honestamente só tive conhecimento da existência dessa obra após assistir a série Anne with na E, uma série canadense baseada no livro Anne de Green Gables da autora Lucy Maud Monigomery e adapatada pela escritora e produtora vencedora do Emmy, Moira Walley-Beckett.

Anne Shirley é uma garotinha órfã de 11 anos muito tagarela, ama falar palavras difíceis e principalmente adora usar a sua imaginação para escapar da realidade. Por causa de um mal-entendido, a pequena órfã acaba indo viver com o casal de irmãos idosos Marilla e Matthew Cuthbert que queriam adotar um menino para ajudar na fazenda de Green Gables.

Ao se deparar com a garotinha ruiva em vez de um menino Matthew Cuthbert fica sem reação, sem saber como agir acaba levando a garota para a fazenda, sua intuição dizia que sua irmã saberia o que fazer. Durante todo o percurso Anne não parou de falar de como estava feliz por ter sido adotada.

Assim que Marilla se depara com a garota, imediatamente diz que ela voltará para o orfanato. Anne fica totalmente desesperada, e decepcionada. Mas, apesar do susto a garota acaba ficando definitivamente em Green Gables.

O que eu posso comentar sobre esse livro? Lucy Maud Montgomery tem uma escrita maravilhosa, como leitora consegui sentir todas as emoções do enredo. Anne é uma representação fiel de uma criança alegre, imaginativa, esperta e porque não dizer dramática?

Nesse primeiro volume conheceremos os obstáculos que a pequena Anne vai ter que encarar em seu novo lar, suas experiências na ilha do Príncipe Eduardo, sua rotina na nova escola, a construção da amizade entre ela e a sua melhor amiga Diana, a rivalidade entre Anne e Gilbert Blythe. 

Também acompanharemos o amor e o companheirismo que aos poucos nasci entre Anne e os irmãos Cuthbert. Mas nem tudo é flores! Anne também sofre muito preconceito, seja por sua personalidade, a cor do seu cabelo ou a sua origem. Com coragem e com sua imaginação ela consegue conquistar todos ao seu redor. 

Além de ficarmos acompanhando a rotina e a adaptação de Anne, acompanharemos também o seu crescimento e desenvolvimento, com o passar dos capítulos Anne vai amadurecendo e isso é bem perceptível nos capítulos. Enquanto nas primeiras páginas encontramos uma garota tagarela, quando digo tagarela é porque as falas dela são imensas, chegando até ter duas páginas! Do meio para o fim, suas falas vão diminuindo, se tornando mais maduras mostrando a evolução da garota.

Marilla inicialmente aparenta ser uma mulher fria, rígida e enigmática, mas no fundo ela é muito amorosa e com o tempo ela se deixa amolecer de amor. Matthew Cuthbert é um personagem que lembrou muito meu pai, um homem tímido que prefere o silêncio dos seus pensamentos. Apesar de o livro focar muito em Anne e Marilla, Matthew é muito importante pois será ele quem vai mimar muito a garotinha. 

Toda a história é linda, uma leitura encantadoramente doce até mesmo os longos diálogos de Anne. A garota é muito traquina,  gargalhei de algumas loucuras que ela acaba fazendo, como por exemplo, pintar o cabelo de verde.

Gostaria de ressaltar que esse livro trás questões importantes que vão além da ficção e do faz de conta! Anne odeia a cor do seu cabelo, assim como suas sardas, ela não consegue ver beleza em si mesma, ou seja, ela tem problemas com a auto-aceitação. Isso é resultado do bullying que sofreu desde pequena por ser diferente da maioria. Mas quero lembrar que não é só Anne que sofre preconceito, Marilla e Matthew também, já que eles nunca tiveram filhos e com idade avançada simplesmente resolvem adotar por isso é muito questionada por Rachel Lynde.

Esse livro também mostra os desafios da adoção e da maternidade e paternidade, várias vezes Marilla e Matthew precisaram ter muita paciência e principalmente amor para saberem lidar com Anne, já que ela assim como qualquer criança ter seus excessos de raivas e uma imaginação muito fértil.

O livro termina com uma Anne de 16 anos de idade que acaba de tomar uma decisão muito difícil, mas como sempre ela vê o lado bom de tudo.

 Uma leitura que vale a pena!


A edição da editora Ciranda Cultural é simples e muito linda, às páginas são amareladas de boa qualidade, além do precinho que cabe no bolso.




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