Como você encararia uma pessoa que já teve hanseníase? Haveria algum preconceito? Resenha: Doce Tókio -Durian Sukegawa



Eu precisei usar esse título para chamar sua atenção, porque o tema central deste livro é o preconceito e a discriminação que as pessoas que sofrem com a hanseníase passam. Quando decidi ler este livro, não imaginava qual seria sua temática. Confesso que a belíssima capa me trouxe uma sensação de melancolia - pelo menos essa foi minha primeira impressão. No entanto, não estava preparada para a história que as páginas iriam narrar.


Sinospe: Apenas as cerejeiras denunciam a passagem do tempo. Primeiro com os seus pequenos botões, depois com as delicadas pétalas que voam ao vento... Numa pequena pastelaria perdida nas ruas de Tóquio, os dias sucedem-se sempre iguais. É aí que Sentarô confeciona dorayaki, um doce tradicional japonês ao qual não dedica grande atenção. Sentarô parece, aliás, ter desistido da vida. Abandonou o sonho de ser escritor, bebe demasiado e não tem amigos. Mas tudo está prestes a mudar. No seu caminho surgem Tokue, uma senhora idosa que se entrega à preparação de dorayaki de alma e coração; e Wakana, uma menina solitária que se debate com os seus próprios fantasmas. Aos poucos, os improváveis companheiros descobrem que têm muito a oferecer uns aos outros. Mas Tokue esconde um passado turbulento que, inevitavelmente, vem ao de cima... com consequências devastadoras. Doce Tóquio é uma história comovente sobre a fragilidade humana, o poder redentor da amizade e a beleza das coisas simples. Numa prosa límpida e bela, Durian Sukegawa fala sobre o nosso propósito na vida, exortando-nos a parar, a escutar e a observar, sempre. Um livro que encanta leitores de todas as idades, intemporal e pleno de sabedoria.

 ISBN: 9789892353562

ISBN do Ebook: 9789892353579

Editora: ASA

Ano de Edição / Impressão: 2022

Dimensões: 235 x 158 x 13 mm

Páginas: 192

Classificação: 


 

Apesar de não ser um enredo com reviravoltas, é uma história que vale a pena ser lida, justamente porque nos provoca. Em um momento, nos coloca na pele de Sentarô e no outro na pele da doce Tokue, que teve sua vida devastada pela hanseníase. Por causa dessa doença, ela foi afastada de sua família e obrigada a viver isolada em um sanatório com outros pacientes. Mesmo depois de curada, Tokue sofreu e sofre o preconceito por parte da sociedade.

Devorei as 192 páginas em um dia e aprendi muito com a Tokue: sua doçura, paciência, gentileza e força de vontade. A amizade que surge entre Sentarô, Wakana e Tokue é linda, mas a ligação entre Sentarô e Tokue é ainda mais bela.

O livro despertou sentimentos lindos em mim, mas também me fez enxergar meu próprio preconceito. Durante a leitura, me perguntei: se eu fosse Sentarô, como reagiria ao saber que a senhora que trabalha comigo teve hanseníase? Teria medo? Nojo? A história nos leva a nos colocar no lugar dos personagens, e a literatura tem essa magia de fazer o leitor se colocar no lugar do outro.

Simplesmente indico a leitura, tenho certeza absoluta que você não vai se arrepender.


O livro virou filme!


Para saber mais informações acesse: https://www.clubotaku.org/niji/cinem/an-uma-pastelaria-em-toquio/

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