Resenha: A Face Oculta de Eva – Nawal El Saadawi


Sinopse

Apesar de ser um dos países com o maior número de feminicídio do mundo, a vivência da mulher brasileira para a da mulher árabe é muito diferente. O que une as experiências é o fato de que todas estão sob o controle do patriarcado, mesmo que elas sejam afetadas pelo mesmo de forma bem diferente. Em A face oculta de Eva, livro que está na sua terceira edição pela Global Editora, a autora Nawal el Saadawi começa a desmistificar os estereótipos ocidentais que tentam definir as mulheres árabes e suas lutas, mostrando como essas mulheres são afetadas pelo sistema e como elas moldam suas lutas

Ela faz isso ao apontar a sua caneta para as mulheres árabes comuns e suas rotinas, abordando a luta diária de mulheres que arcam com as consequências do patriarcado na pele. Os últimos acontecimentos no mundo árabe, mostram exatamente como sua narrativa se torna essencial ainda hoje: a emancipação dessas mulheres é pauta extensa em todas as discussões feministas. Com base religiosa, política e outras fontes, a autora mistura estudo com relatos pessoais - que dão rosto e voz para mulheres árabes que pensam, lutam e falam o que pensam, sempre.

Editora: GLOBAL

Edição: 3ª edição

Formato: 16 x 23 cm

288 páginas
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Olá, queridos leitores!

Hoje estou aqui para compartilhar com vocês a resenha de um livro que me impactou profundamente e que acredito ser de extrema relevância nos dias de hoje. "A Face Oculta de Eva", escrito por Nawal El Saadawi, é uma obra poderosa que expõe corajosamente a opressão das mulheres na sociedade egípcia e em outras culturas do Oriente Médio.

Como mulher brasileira de 33 anos, vivendo em uma sociedade onde o patriarcado ainda é presente, a leitura desse livro foi uma experiência avassaladora. Nawal El Saadawi, renomada escritora e ativista egípcia, traz à tona questões sérias e comoventes sobre a desigualdade de gênero e a luta pela emancipação feminina.

O livro aborda temas difíceis, como a mutilação genital feminina, a violência doméstica e o controle sobre o corpo e a sexualidade das mulheres. A autora narra essas questões de forma direta e visceral, mostrando a realidade dolorosa que muitas mulheres enfrentam diariamente.

Ler sobre a mutilação genital feminina foi particularmente angustiante. Essa prática grotesca é realizada em algumas comunidades como uma forma de controle sobre o corpo e a sexualidade das mulheres, causando traumas físicos e emocionais que marcam suas vidas para sempre.

Outra questão que me tocou profundamente foi a violência sexual dentro das famílias. O livro descreve casos de estupro cometidos por parentes próximos, e o mais perturbador é que as vítimas são frequentemente culpabilizadas enquanto os agressores são tratados com condescendência. Como por exemplo, o caso de uma jovem estuprada pelo próprio tio e assassinada pelo próprio pai e irmão (o estuprador), expõem a crueldade de um patriarcado que perpetua a impunidade dos agressores e silencia as vozes das vítimas. (Te faz lembrar algo? Aqui no Brasil infelizmente a vítima muitas vezes é apontada como culpada, lamentável!)

A leitura de "A Face Oculta de Eva" é uma jornada desafiadora, mas extremamente necessária para quem busca compreender a luta das mulheres pela igualdade de gênero. Ele nos lembra da importância da conscientização e da solidariedade entre as mulheres para superar a opressão e conquistar a liberdade que todas merecem.

Convido vocês a conhecerem essa obra impactante e a se unirem a essa luta por um mundo mais justo e igualitário. Juntos, podemos fazer a diferença na vida de tantas mulheres que enfrentam diariamente as consequências de um patriarcado opressor.

Espero que essa resenha tenha tocado vocês tanto quanto a leitura desse livro tocou a mim. 


Até a próxima postagem!


Nawal el Saadawi 


Feminista egípcia, escritora,  médica e ativista política.  Nasceu na aldeia de Kafr Tahla, perto do Cairo, de uma família de altos servidores do Estado. Estudou em escola para meninas de Alexandria e depois no distrito de Menouf, no Delta do Nilo, onde frequentou uma escola inglesa, embora a família demonstrasse sua posição anti-colonial. Completou os estudos na escola secundária para meninas Nabeweya Moussa e tornou-se pensionista na Escola Secundária Helwan para Meninas, onde se especializou em Ciências (1945).

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