Resenha: O bebê é meu
Sinopse:
Em O bebê é meu (The baby is mine), a nigeriana Oyinkan Braithwaite cria um história de suspense e humor ácido que envolve duas mulheres que disputam a maternidade de um bebê. Numa cidade da Nigéria, no período de lockdown durante a pandemia da Covid-19, um casal se separa. Ele, Bambi, é expulso do apartamento onde vivia com a namorada Mide, e busca refúgio na casa de seu tio – falecido no início do surto. Surpreende-se ao encontrar a casa habitada: pela viúva do tio, Bidemi, pela ex-amante do tio, Esohe, e por um bebê. O mistério consiste em descobrir, em meio a uma situação de isolamento, quem é a mãe do bebê: Bidemi ou Esohe?
Ano: 2021 / Páginas: 80
Idioma: português
Editora: Kapulana
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance / Suspense e Mistério
Nota: 💜💜💜💜
O mês de agosto não foi muito produtivo para a leitura. Na verdade, já faz algum tempo que não consigo me concentrar nos livros como antes. Como estou trabalhando com leitura crítica e estudando, a leitura por entretenimento acabou ficando em último plano. Além disso, há outro fator: estou cansada das histórias que estão em alta atualmente. Sempre a mesma fórmula, os mesmos problemas e os mesmos casais no estilo "cão e gato". É tudo tão repetitivo, entende? Por isso, quando decido ler algo, costumo pular de livro em livro até encontrar um que realmente me interesse. E foi exatamente isso que aconteceu quando encontrei este e-book no aplicativo Biblio On.
O título chamou minha atenção, assim como o fato de a autora ser nigeriana. Percebi que leio pouco da literatura da Nigéria e decidi que deveria dar uma chance. E acertei. Assim que comecei a leitura, não quis mais parar. A história é simples, tendo como questão central a dúvida sobre quem é a mãe biológica do bebê, primo de Bambi.
A mãe seria a tia ou a amante do tio? O tio faleceu vítima da COVID-19.
A trama se passa durante a pandemia, no início, quando o mundo entrou em lockdown. Este foi o primeiro livro que li com a pandemia como pano de fundo, e confesso que cheguei a pensar em não ler por conta das memórias desagradáveis dessa época. Não quero dar muitos detalhes, pois o enredo é curto. Basicamente, Bambi é expulso do apartamento da namorada e vai morar na casa da tia, que havia ficado viúva recentemente. Lá, ele enfrenta um dilema: a esposa e a amante do tio vivem na mesma casa e, em meio a momentos de tensão, ambas alegam ser a mãe do bebê recém-nascido. Bambi se vê no meio desse mistério, tentando descobrir quem está dizendo a verdade.
Este foi meu primeiro contato com a escrita da autora, e gostei tanto que finalizei o livro em menos de duas horas. No entanto, senti falta de uma abordagem mais pausada em alguns momentos. A autora opta por um ritmo rápido e direto, com foco no mistério sobre a verdadeira mãe. Durante a narrativa, temos vislumbres da cultura nigeriana, especialmente no que diz respeito ao machismo, mas nada é explorado de forma mais profunda, o que me deixou um pouco frustrada, pois queria mais.
O desfecho, a princípio, me desagradou devido à sua conclusão abrupta. Contudo, ao refletir sobre ele, passei a apreciar a forma como a história foi encerrada.
É uma boa narrativa para ser lida em uma tarde, com uma abordagem direta e objetiva. Pretendo conhecer outros trabalhos da autora. Se você gosta de uma leitura rápida, mas bem escrita, este é, sem dúvida, uma ótima escolha.
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